quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Poesia TEMPORÁ da nossa amiga Marilda Confortin
Temporá
Aqui na roça não carece
dessa tar metrologia
pois quando a chuva aparece
Faiz tempo que nóis sabia.
Quem não qué uma surpresa
é só ficar obiservando
os aviso da natureza
que a chuva tá chegando
Saracura no banhado
quase que arrebenta as güela
de tanto cantá desafinado
despois diz que não foi ela.
Onze-hora fecha as foia
treme-treme passa mal
não-me-toque inté desmaia
de medo do temporal
Se o barulho da cidade
chega inté aqui na roça
é siná que a tempestade
dessa vez vai sê das grossa.
As paias do coqueiro
ficam tudo revirada
e os cavalo no potrero
c’oas crina despentiada.
Bicharedo vai chegando
pro aconchego do cercado
e pro céu fica oiando
com os zóio arregalado.
Vento faiz redemoinho
alevanta a poeirada
e as choca chama os pintinho
prá debaixo de suas asa.
Passaredo sai voando
pára tuda a cantoria
e as vacas vão entrando
prá drento da estrebaria.
Se o vento se encana,
muié fecha as venesianas
tira as ropa do vará
que é prá mo’d não moiá
Fía queima um ramo bento
bom prá ispantá tormenta
cobre o espeio com a toáia
antes que os raio caia.
As nuvens se atrapaiam
umas vem, as outras vão
e despois elas se espaiam
prá sorta água e trovão
Quando a chuva cai mansinha
dá inté gosto de vê
a natureza todinha
inté parece agradecê.
Ma das veiz é pesadêlo
vendavá, pedra de gelo
destrói tuda a prantação
que inté corta o coração
Aqui na roça não carece
dessa tar metrologia
pois quando a chuva aparece
Ichi...Faiz tempo que nóis sabia.
Marilda Confortin - Curitiba - PR
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Um comentário:
Oi João Belo, oi Susi...
estive em faxinal do céu no simpósio de Educação do Campo e adorei o vosso trabalho. Na ocasião falei com o João a respeito da poesia recitada por ele sobre a Fluoxetina...gostaria q colocasse ela aqui nesse espaço...pois m identifiquei demais com ela...rsrs
obrigada...
ou mande-me pelo e mail rfbertolini@hotmail.com
abraço e Parabénss
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